domingo, 1 de julho de 2012

Auto-sabotagem...


























Cá estou...

Mais um fim de semana. Sozinho...
Quase 5 da manhã de um domingo. O que o dia me reserva amanhã? Nada... Nem preciso ter bola de cristal pra saber disso. Minha vida está previsível demais.
Os mesmos ciclos, círculos que me levam todos os dias ao mesmo lugar. Minha vida tem sido fazer essa trilha de caminhada circular, onde possivelmente acabarei fazendo a minha cova, de tanto andar neste mesmo chão. Sinto uma corrente segurando minha perna, que me limita, me dificulta. Não sei de onde vem essas amarras para que eu possa me libertar. Na verdade, nem sei se quero porque estou tão acostumado com isso tudo que nem sei se tenho mais a capacidade de me adaptar a uma vida de novidades.
Chega um ponto em que você congela. Fica estático. Não tem vontade de sair do lugar. Afinal de contas, ser diferente nos dias de hoje é assinar o próprio atestado de loucura. O mundo exige uma postura rígida, de felicidade a qualquer custo, onde somente o que é grandioso, monumental e chamativo é o que te faz feliz, de fato.
Eu tento ser feliz do meu jeito, mas algo diz que não pode ser assim. Você não está seguindo os padrões: Lute pra conseguir dinheiro. Compre um carro. Consuma desenfreadamente. Não se apegue a ninguém. Seja egoísta...
Bom, a única coisa que eu consegui fazer disso tudo é ser egoísta. Porque o resto... Bom, dispensa comentários, principalmente sobre a parte de se apegar. Isso é outra questão que já virou quase que um comando de repetição. Conhecer - Apegar - Se foder - Conhecer - ...
Enfim...
Depois de tanto ralar os joelhos caindo por ai, chega uma hora que você trata a queda como parte do processo natural da sua vida. Isso é triste, pois você nem deveria cair, pra começo de conversa. Mas mesmo assim, você incorpora o fracasso na sua rotina. Acaba admitindo o fato de ser um perdedor. E quando surge uma possibilidade de vitória, de glória e felicidade, acontece o pior: Você não acredita que aquilo é verdade. Depois de tanto cair, felicidade é algo utópico, irreal.
Parabéns... Você acaba de se auto-sabotar pela primeira vez.
Não há mais permissão para ser feliz. A auto-imagem de fracassado e incapaz se instala na sua mente e faz de você mais um peso pra esse mundo carregar nas costas.
Depois de construir esse conceito, parei pra me analisar, e constatei que sou um auto-sabotador há tempos. Eu venho destruindo as oportunidades de ser feliz de uma maneira imperceptível até pra mim mesmo. Agora percebo a quantidade de oportunidades que joguei (e ainda jogo) fora pelo simples medo de ser feliz. Sim... Isso mesmo: MEDO DE SER FELIZ! Um absurdo...
Eu entrei num ciclo, e não consigo sair dele. Uma repetição automática de criação de expectativas falsas e sofrimentos inúteis. Eu endureci com os outros e me tornei totalmente relapso comigo mesmo. Joguei meu coração no congelador... e de lá não sei se tiro de novo algum dia.
Estou jogado num canto, onde qualquer um que queira chegar perto eu afugento com rugidos e aspereza, como um leão amedrontado fugindo de seus próprios medos. O topo da cadeia alimentar, com medo de ser devorado. No mínimo, uma ironia...
Se algum dia vou deixar de ficar sabotando a minha felicidade, isso eu não sei. Só sei que enquanto isso, só existe uma coisa a ser feita: manter o coração batendo... Afinal de contas, eu acredito em Deus. Quem sabe um dia ele olhe pra baixo e diga: "Hoje é a sua vez de ser feliz".


terça-feira, 24 de abril de 2012

Consciência: Uma máscara de espinhos...



Cai um chuva calma lá fora...
Mas a paz está só lá fora mesmo.
Dentro de mim, nasceu um sentimento que tentei evitar e ignorar por muito tempo...
Tempo esse que começou desde o primeiro momento que te vi.
Você olhou pra mim, e plantou uma semente...
Nem precisou fazer esforço.
E lá estava eu: iniciando uma batalha comigo mesmo. Duelando com meus sentimentos para que eles se calassem, pois te querer não era certo.
O tempo foi passando (que clichê... ¬¬), e tive que te ver sendo usado por alguém que nunca se importou contigo... Você parecia gostar daquilo... E eu ficava cada vez mais sem entender. Tem gente que parece gostar de sofrer. (Assim como eu, é claro...)
Chegou o tempo em que nossa intimidade (amistosa) cresceu. Você me confessava suas frustrações, e eu ali... Fazendo o psicólogo de casal em plena terapia:
      - Você tem que ter paciência com fulano... Faça dar certo!
Dizer essas palavras era cravar um punhal no meu próprio ego. Meu coração sangrava, mas a sensatez sempre falou mais alto, graças a Deus.
Mas o momento inevitável chegou. Vocês terminaram.
Nem sei como descrever o momento em que recolhi as lagrimas do teu rosto. Minha vontade era de te abraçar e te levar pra longe dali. Um lugar seguro de todo aquele sofrimento. Me senti impotente... Mas a culpa é sua.
Enfim, a imagem de "amigo" que você sustenta sobre mim é um fardo pesado pra eu carregar. Tem horas que eu preferiria ser seu inimigo... Até já tentei isso... Pra ver se minha consciência parava de me encher o saco com a tua imagem. Mas foi um fracasso. Ainda pior é sonhar com você. Minha mente é tão "FDP" (Mãe, é um trocadilho ok?) que me fez te beijar em sonho. Confesso, acordei imensamente frustrado, mas foi um belíssimo sonho.
Você me desmonta só com o teu olhar...
Seu toque então... Me relaxa inteiro. Me faz perder a audição, a visão... Me faz entrar em transe.
Infelizmente, parece que nunca terei a oportunidade de te fazer feliz como namorado.
Mas não vou implorar teus sentimentos. Isso é algo que eu não posso e nem quero fazer. Isso tem que ser espontâneo. Todo jogo de amor tem uma reciprocidade: Um joga pro outro ver a reação consequente. É como nossos jogos de vôlei: Eu jogo a bola pra você. Se você me "jogar de volta", é um sinal de que o jogo pode continuar fora da quadra. Mas infelizmente, a bola está com os outro jogadores na tua quadra. Eu sou mero expectador...
Te "equalizei" numa música (Pitty que não leia isso..), numa tentativa de te jogar pra dentro dos meus pensamentos... Te teletransportar pro meu mundo... Pelo visto, é só por lá que vou poder ter você. Mas por incrível que pareça, não fico triste com isso. Claro, a frustração me pega de vez em quando, mas é bom te ter assim...
Enfim, a música é essa abaixo. Junto, a tradução dela. Pra que um dia, quem sabe, você veja. E perceba, que eu poderia segurar você por um milhão de anos...



Quando a chuva
Está soprando no seu rosto
E o mundo todo
Depende de você
Eu poderia te oferecer
Um abraço caloroso
Para fazer você sentir o meu amor

Quando as sombras da noite
E as estrelas aparecerem
E não houver ninguém lá
Para secar suas lágrimas
Eu poderia segurar você
Por um milhão de anos
Para fazer você sentir o meu amor

Eu sei que você
Não se
Decidiu ainda
Mas eu nunca
Te faria nada de errado
Eu já sei que
Desde o momento
Que nos conhecemos
Não há dúvida na minha mente
De onde você pertence

Eu passaria fome
Eu ficaria triste e deprimida
Eu iria me arrastando
Avenida a baixo
Não, não há nada
Que eu não faria
Para fazer você sentir o meu amor

As tempestades estão violentas
Sobre o mar revolto
E sobre o caminho do arrependimento
Embora ventos de mudança
Estejam trazendo entusiasmo e liberdade
Você ainda não viu nada
Como eu

Eu poderia fazer você feliz
Fazer os seus sonhos se tornarem reais
Nada que eu não faria
Vou ao fim
Da Terra por você
Para fazer você sentir o meu amor