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Cá estou...
Mais um fim de semana. Sozinho...
Quase 5 da manhã de um domingo. O que o dia me reserva amanhã? Nada... Nem preciso ter bola de cristal pra saber disso. Minha vida está previsível demais.
Os mesmos ciclos, círculos que me levam todos os dias ao mesmo lugar. Minha vida tem sido fazer essa trilha de caminhada circular, onde possivelmente acabarei fazendo a minha cova, de tanto andar neste mesmo chão. Sinto uma corrente segurando minha perna, que me limita, me dificulta. Não sei de onde vem essas amarras para que eu possa me libertar. Na verdade, nem sei se quero porque estou tão acostumado com isso tudo que nem sei se tenho mais a capacidade de me adaptar a uma vida de novidades.
Chega um ponto em que você congela. Fica estático. Não tem vontade de sair do lugar. Afinal de contas, ser diferente nos dias de hoje é assinar o próprio atestado de loucura. O mundo exige uma postura rígida, de felicidade a qualquer custo, onde somente o que é grandioso, monumental e chamativo é o que te faz feliz, de fato.
Eu tento ser feliz do meu jeito, mas algo diz que não pode ser assim. Você não está seguindo os padrões: Lute pra conseguir dinheiro. Compre um carro. Consuma desenfreadamente. Não se apegue a ninguém. Seja egoísta...
Bom, a única coisa que eu consegui fazer disso tudo é ser egoísta. Porque o resto... Bom, dispensa comentários, principalmente sobre a parte de se apegar. Isso é outra questão que já virou quase que um comando de repetição. Conhecer - Apegar - Se foder - Conhecer - ...
Enfim...
Depois de tanto ralar os joelhos caindo por ai, chega uma hora que você trata a queda como parte do processo natural da sua vida. Isso é triste, pois você nem deveria cair, pra começo de conversa. Mas mesmo assim, você incorpora o fracasso na sua rotina. Acaba admitindo o fato de ser um perdedor. E quando surge uma possibilidade de vitória, de glória e felicidade, acontece o pior: Você não acredita que aquilo é verdade. Depois de tanto cair, felicidade é algo utópico, irreal.
Parabéns... Você acaba de se auto-sabotar pela primeira vez.
Não há mais permissão para ser feliz. A auto-imagem de fracassado e incapaz se instala na sua mente e faz de você mais um peso pra esse mundo carregar nas costas.
Depois de construir esse conceito, parei pra me analisar, e constatei que sou um auto-sabotador há tempos. Eu venho destruindo as oportunidades de ser feliz de uma maneira imperceptível até pra mim mesmo. Agora percebo a quantidade de oportunidades que joguei (e ainda jogo) fora pelo simples medo de ser feliz. Sim... Isso mesmo: MEDO DE SER FELIZ! Um absurdo...
Eu entrei num ciclo, e não consigo sair dele. Uma repetição automática de criação de expectativas falsas e sofrimentos inúteis. Eu endureci com os outros e me tornei totalmente relapso comigo mesmo. Joguei meu coração no congelador... e de lá não sei se tiro de novo algum dia.
Estou jogado num canto, onde qualquer um que queira chegar perto eu afugento com rugidos e aspereza, como um leão amedrontado fugindo de seus próprios medos. O topo da cadeia alimentar, com medo de ser devorado. No mínimo, uma ironia...
Se algum dia vou deixar de ficar sabotando a minha felicidade, isso eu não sei. Só sei que enquanto isso, só existe uma coisa a ser feita: manter o coração batendo... Afinal de contas, eu acredito em Deus. Quem sabe um dia ele olhe pra baixo e diga: "Hoje é a sua vez de ser feliz".

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